Por Vladimir Neiva
Ao volante do meu carro, com uma rádio musical local soando nos auto-falantes, me dei conta, pela enésima vez, de que a vida sempre traz surpresas encantadoras. Aqui estou eu, um senhor de 64 anos, com uma paixão de longa data pelo que hoje chamam de “classic rock”, descobrindo novos sabores musicais. Foi numa manhã de quarta-feira, levando minha neta de 14 anos para a escola, que uma voz melodiosa ecoou pelas caixas de som. “Quem é essa cantora, Marina?”, perguntei curioso, enquanto minha neta cantava cada verso da letra, ao meu lado.
“É Taylor Swift, vovô!”, respondeu ela com empolgação na voz e brilho juvenil nos olhos. “Eu adoro as músicas dela!”. Não dava para ignorar sua admiração. Percebi que havia algo especial naquela artista, a ponto de capturar a atenção de minha neta dessa maneira. Perguntei mais sobre a cantora e, a cada resposta, meu interesse aumentava. Claro que esses momentos de conexão afetiva com filhos ou netos são “mágicos”, em mais de um sentido. E eu estava diante de mais um! Enquanto a música fluía, passei a prestar atenção na letra. É um lamento por um amor que se esvai. A canção? Era “You’re losing me (from the vaults)”. Ela começa lenta e logo acelera, palpitante, para encaixar perfeitamente aquele “pedido de socorro” de uma relação em descompasso. Era diferente do hard rock que eu bem conhecia, mas igualmente cativante.
Vladimir Neiva é empresário do setor editorial de João Pessoa-PB.