Por Vladimir Neiva, continuação da parte 1
A violência, tanto física quanto psicológica, é uma constante, uma ferramenta para alcançar e manter poder. A investigação do FBI, ainda em seu início como “Birô Federal de Investigação”, revela não só a corrupção individual mas também falhas institucionais, um tema presente em “Os Infiltrados”, onde Scorsese explora a linha tênue entre lei e crime.
Scorsese utiliza esses eventos históricos como um microcosmo da psicologia social americana, onde a busca pelo “sonho americano” muitas vezes é marcada por atos imorais e ilegítimos. Esse é um tema caro ao diretor. Seus filmes são um espelho que reflete os impulsos mais básicos da sociedade, mostrando como a busca desmedida por riqueza e status pode corroer a moralidade. “Assassino da Lua das Flores” é uma bela obra que se alinha perfeitamente com a abordagem de Scorsese ao cinema como um meio de explorar e criticar a história e a sociedade americana. Através de uma narrativa que combina fato e ficção, o diretor continua sua exploração dos temas que definem sua filmografia, reforçando sua posição como um dos mais incisivos críticos do sonho americano e suas disfunções.
Vladimir Neiva é empresário do setor editorial de João Pessoa-PB.