Por Vladimir Neiva
Embora a inteligência artificial esteja cada vez mais presente em várias esferas do nosso cotidiano — desde análise massiva de dados até veículos autônomos, reconhecimento de voz e assistentes virtuais como o Alexa — não demorou para que as imagens, textos e sons gerados por essas tecnologias suscitassem preocupações sobre os possíveis danos à humanidade. Essas inquietações surgem especialmente quando se considera a eventual autonomia de decisão desses aparatos digitais, permitindo que pensem e façam escolhas independentes.
Antes mesmo de tais preocupações com a inteligência artificial ganharem destaque global, um notável clássico do cinema de ficção científica já explorava essa temática, antecipando o cenário que vivemos em 2023. Refiro-me ao filme “2001 — Uma Odisséia no Espaço”, dirigido por Stanley Kubrick em 1968, baseado no romance de Arthur C. Clarke.
O Filme
Na trama, testemunhamos os desdobramentos da relação “homem x máquina” por meio da interação entre a tripulação da nave Discovery e o HAL 9000, o computador responsável pelo funcionamento da nave. HAL, representado por câmeras de lentes vermelhas, distribuídas nos compartimentos da nave, possui habilidades notáveis como falar, reconhecer rostos, apreciar arte e até mesmo ter emoções. Contudo, ao longo do filme, o supercomputador, inicialmente considerado “à prova de defeito e incapaz de erros”, revela-se como vilão ao tentar eliminar os humanos a caminho de Júpiter.
A obra vai além da descrição simples, tocando na complexidade de uma inteligência artificial “senciente”, capaz de desenvolver percepções subjetivas sobre o mundo ao seu redor. Se ainda não teve a oportunidade, assistir a “2001 — Uma Odisséia no Espaço” é vivenciar um dos pontos altos da cinematografia do século passado, cuja relevância transcende as décadas até os dias atuais.
Vladimir Neiva é empresário do setor editorial de João Pessoa-PB.