Na imagem, Alice dos Santos — jovem do sertão paraibano — sorri diante da paisagem iluminada de uma cidade estrangeira. Ao fundo, os arranha-céus refletem no rio a promessa de um futuro que, até pouco tempo, parecia inalcançável. A cena sintetiza a travessia: do interior do Brasil para o centro das decisões globais. O digital não apenas conectou Alice ao mundo — ele reposicionou seu lugar dentro dele. - Vladimir Neiva

Do Sertão para o Mundo: Como o Digital Está Transformando Sonhos em Realidade – Vladimir Neiva

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Uma jovem do sertão da Paraíba acaba de ser aprovada em sete universidades dos EUA. Mas a verdadeira notícia é outra: o digital está rasgando mapas e derrubando muros onde antes só havia distância.

A história de Alice: dedicação, conexão e transformação

Alice dos Santos Araújo Lourenço, 20 anos, natural de Nova Olinda, sertão da Paraíba, protagonizou um feito que ganhou manchetes em todo o Brasil: foi aprovada em sete universidades dos Estados Unidos, incluindo a renomada University of North Carolina at Chapel Hill, com bolsa integral, passagem e cobertura total de despesas.

Não há fórmula mágica em sua conquista , mas há uma combinação poderosa: esforço pessoal, inteligência estratégica e o uso intenso de ferramentas digitais.

Alice estudou sozinha, aprendeu inglês com materiais gratuitos, aplicativos e vídeos online. Segundo a própria estudante, ela “dedicou todo o seu tempo a essa jornada”. Uma jornada que começou longe dos centros urbanos, mas que encontrou no digital uma ponte direta para o mundo.

O digital como ponte real, não metáfora

A história de Alice revela algo que vai muito além do mérito individual. Ela escancara uma nova geografia da educação, onde o ponto de partida importa menos do que a capacidade de conexão com o conhecimento global.

Mesmo com infraestrutura limitada, a jovem usou a internet para acessar:

  • Cursos e conteúdos gratuitos;
  • Plataformas de idiomas e aplicativos educacionais;
  • Mentorias internacionais;
  • Comunidades virtuais e editais de bolsas.

O que ela fez foi hackear as estruturas tradicionais da educação, explorando ao máximo as brechas que o digital abriu.

Três lições do caso Alice

1. O digital amplia horizontes — literalmente

Se antes as oportunidades estavam concentradas em centros urbanos, hoje um celular com conexão razoável pode ser a porta de entrada para universidades no exterior. A barreira geográfica perdeu força diante da informação em rede.

2. A tecnologia reduz desigualdades — quando usada estrategicamente

É claro que o acesso à internet ainda é desigual. Mas mesmo nas brechas da conectividade, há quem consiga usar o que tem com profundidade. O caso de Alice revela que as ferramentas digitais, quando bem aproveitadas, podem compensar ausências estruturais.

3. O protagonismo vem com autonomia digital

Alice não esperou que a escola oferecesse tudo. Ela buscou sozinha, montou estratégias, fez provas internacionais, redigiu cartas e enviou aplicações. Isso é o que o digital pode fomentar: autonomia crítica, planejamento, protagonismo real.

E se a sua escola fosse a próxima a formar uma Alice?

O que falta para transformar mais histórias como essa em realidade?

Infraestrutura mínima: acesso à internet confiável e equipamentos básicos.
Formação digital para educadores e estudantes: não basta ter acesso — é preciso saber usar.
Curadoria de conteúdos e orientações sobre caminhos internacionais.

O digital não é um bônus  é o novo básico da educação do século XXI. Investir nele é oferecer aos nossos jovens a possibilidade de sonhar mais alto e realizar com mais consistência.

Reflexão final: talento não tem CEP

Histórias como a de Alice não são milagres isolados são alertas. Elas nos dizem que há talentos escondidos no Brasil, esperando apenas uma chance real de se conectar com o mundo.

O futuro da educação brasileira passa necessariamente pela inclusão digital, pela autonomia do estudante e pela inteligência estratégica na formação de trajetórias.

 Que essa história inspire gestores públicos, escolas, educadores e famílias a investir mais  e melhor  no que realmente pode transformar vidas: tecnologia com propósito, acesso com intencionalidade e educação com visão global.
Fonte:
https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2025/05/18/estudante-do-sertao-da-paraiba-e-aprovada-em-7-universidades-dos-eua-dediquei-todo-o-meu-tempo-a-essa-jornada.ghtml