A epidemia silenciosa que adoece pessoas e destrói empresas
Em um cenário onde produtividade virou mantra e metas se tornaram imposições absolutas, um inimigo invisível cresce à sombra da cultura corporativa: o burnout. Não é exagero. Segundo a International Stress Management Association (Isma-BR), 30% dos profissionais brasileiros já sofreram ou sofrem dessa síndrome. Não é só um problema individual é uma crise sistêmica que exige um novo olhar sobre liderança, cultura e propósito.
Não acredito em empresas que falam de “saúde mental” sem mexer em metas, carga e poder. É gestão de imagem, não de pessoas. E o leitor atento sabe disso.
Burnout: mais do que cansaço, um colapso estrutural
A Síndrome de Burnout é um distúrbio emocional causado por estresse crônico no trabalho. Não se trata apenas de sentir-se “cansado demais”. É um esgotamento físico, mental e emocional que mina a energia, o entusiasmo e a própria identidade do trabalhador. Quando o indivíduo se torna refém de demandas excessivas, falta de reconhecimento, controle e coerência ética, o colapso é apenas uma questão de tempo.
Sintomas: quando o corpo e a mente dizem “chega”
Os sinais são variados e se intensificam com o tempo: exaustão extrema, insônia, alterações de humor, perda de interesse por atividades antes prazerosas, irritabilidade, isolamento, dores físicas e falhas cognitivas. O corpo grita o que a cultura organizacional insiste em ignorar.
Os gatilhos corporativos do burnout
Burnout não é culpa do indivíduo , é sintoma de ambientes disfuncionais. Jornadas excessivas, lideranças autoritárias, metas inalcançáveis, comunicação falha, ausência de justiça e reconhecimento criam o terreno fértil para o esgotamento. A empresa adoece junto com sua equipe, mesmo que tente mascarar com campanhas de “bem-estar” emolduradas por marketing vazio.
Qual foi a última vez que sua liderança te perguntou como você realmente está , e esperou a resposta com paciência?
O preço do esgotamento
Ignorar o burnout custa caro: absenteísmo, presenteísmo, queda de produtividade, aumento da rotatividade, perda de talentos e reputação institucional abalada. É o tipo de prejuízo que não aparece no balanço, até o momento em que se torna insustentável.
Liderança: o ponto de ruptura ou de regeneração
Lideranças empáticas, conscientes e treinadas em inteligência emocional são o antídoto mais eficaz. Elas identificam sinais precoces, oferecem suporte, promovem diálogo e, acima de tudo, praticam o que pregam. Se o líder glorifica a exaustão como virtude, ele planta o burnout como cultura.
Pilares de uma cultura anti-burnout
- Comunicação aberta e honesta
- Reconhecimento real, não só financeiro
- Carga de trabalho realista e respeitosa
- Autonomia e confiança nas equipes
- Valorização do tempo de descanso
Iniciativa de bem-estar sem revisão de processos é maquiagem. E maquiagem não cura feridas internas.
Tendências e urgências para 2025
Com a ampliação da NR-1 e novas exigências de mapeamento de riscos psicossociais, ignorar a saúde mental deixou de ser opção. Empresas precisam sair do discurso e partir para a prática. Segurança psicológica, flexibilidade, desconexão digital e programas reais de apoio emocional não são mais diferenciais , são imperativos.
Minha experiência prática
Na Neiva Educação, implementamos iniciativas como o Programa Saúde Total, que disponibiliza acompanhamento funcional para cuidados com a saúde e consultas com psicólogos. Também estruturamos um modelo híbrido com horários flexíveis, canais abertos com a liderança e programas de reconhecimento entre pares. O resultado? Menos rotatividade, mais engajamento, mais saúde. Aprendemos que ouvir as pessoas não é gentileza , é estratégia.
Conheça algumas das ações realizadas pelo Grupo Neiva:
- Janeiro Branco com @MayanaNeiva
- Dia das Mães
- Vacinação contra Influenza
- São João na Firma e 51 anos de #GrupoNeiva
- Setembro Amarelo
- Programa Saúde Total (1ª corrida e 1º circuito na praia)
- Outubro Rosa e Novembro Azul
- Garagem Neiva
- Neiva Fantasy – Dos Livros para a Tela
Somos a Melhor Empresa para se Trabalhar no Brasil, na categoria Mercado Editorial. Isso é resultado do nosso compromisso com o desenvolvimento dos colaboradores, ações de crescimento individual e iniciativas que promovem saúde física e mental no ambiente de trabalho.
Pelo segundo ano consecutivo, o Grupo Neiva se destaca no Prêmio Ser Humano da ABRH-PB. Após conquistar o primeiro lugar em 2023 com o projeto “Cuidado, Qualidade e Inovação à mesa”, em 2024 fomos reconhecidos pelo projeto “Transformando o Ambiente de Trabalho: A Estratégia do Grupo Neiva para a promoção de Saúde e Qualidade de vida”, garantindo o terceiro lugar.
Conclusão: o futuro do trabalho
Combater o burnout exige coragem para romper com modelos ultrapassados de gestão e performance. Empresas que colocam a saúde mental no centro não apenas sobrevivem, elas prosperam. O desafio não é pequeno, mas a recompensa é imensa: equipes resilientes, criativas e comprometidas.
Você já vivenciou o burnout? Sua empresa tem feito algo concreto para preveni-lo? Compartilhe sua experiência nos comentários , essa conversa precisa continuar.
Referências
[1] International Stress Management Association (Isma-BR). Disponível em: https://
[2] Ministério da Saúde. Síndrome de Burnout. Disponível em: https://www.gov.br/
saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sindrome-de-burnout
[3] Correio Braziliense. Artigo: O impacto silencioso do burnout nas empresas.
Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2024/03/6822404-artigo-
o-impacto-silencioso-do-burnout-nas-empresas.html
[4] RH Pra Você. NR, tecnologia e equilíbrio: As tendências de 2025 para a saúde mental.
Disponível em: https://rhpravoce.com.br/redacao/endencias-2025-saude-mental
[5] Preveris. Tendências de Saúde Ocupacional para 2025. Disponível em: https://
preveris.pt/tendencias-de-saude-ocupacional-para-2025/
By: Vladimir Neiva