Vladimir Neiva: A longevidade da economia prateada

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Por Vladimir Neiva

A chamada “Economia Prateada”, um termo chique que basicamente significa que nós, a galera acima dos 50, estamos movimentando o mercado como nunca antes. Quem diria, hein? Antigamente, pensavam que, depois de uma certa idade, a gente só queria sossego. Mas, olha só, estamos aqui, marcando presença em viagens pelo mundo, suando a camisa nas academias e até virando alunos novamente, aprendendo línguas e artes. A vida não para, e nós também não!

Terceira idade ou melhor idade?

Como um jovem senhor de 64 anos, deixem-me contar pra vocês: minha ida à academia não é só para levantar peso ou fazer um pouco de esteira. É um encontro social, é terapia, é manter a mente afiada e o corpo em movimento. E olha que surpresa: não estou sozinho nessa. A cada dia, vejo mais e mais pessoas da minha faixa etária, atentas ao autocuidado para a longevidade, ocupando esses espaços antes dominados pela galera mais nova.

Porém, apesar do aumento da nossa presença, ainda vejo que há muito espaço para melhorias e adaptações nesses ambientes. Vamos falar sobre as academias, por exemplo. Enquanto é ótimo ver algumas tentando se adaptar, oferecendo aulas como yoga, pilates, e outras atividades que são populares entre o público mais velho, ainda falta uma pegada mais personalizada. Atendimento que realmente entenda nossas necessidades únicas de saúde e bem-estar, programas de treinamento desenhados especialmente para nós, e até eventos sociais que estimulem mais a interação e o sentido de comunidade.

Já estima-se que, em 2030, a geração prateada será metade da população brasileira.

Geração Prateada

Isso sem falar na necessidade de equipamentos que sejam mais amigáveis para corpos que talvez não sejam mais tão flexíveis ou fortes como já foram um dia, mas que estão cheios de vontade. Afinal, a ideia é promover um estilo de vida saudável e ativo, sem riscos desnecessários de lesões.

E não é só na academia. O mercado de viagens também está começando a perceber o potencial da Economia Prateada. Pacotes turísticos desenhados para nós, com ritmos que combinam aventura e conforto, estão se tornando mais comuns. Cursos de línguas, música e artes então, nem se fala. A mente quer se expandir, aprender, explorar novos horizontes. Nunca é tarde para aprender uma nova habilidade, seja ela qual for. Os benefícios cognitivos de longo prazo são evidentes e amplamente divulgados por reportagens e programas de TV.

Minha própria experiência na academia reforça essa ideia. A cada visita, não só trabalho meu corpo, mas também minha mente e minhas relações sociais. Eu vejo um potencial enorme nesses espaços para se tornarem centros de vivência para a geração prateada.

Então, fica a dica para os empreendedores e gestores por aí: nós, os “novos velhos” que buscam qualidade de vida e longevidade, somos um público crescente, cheio de vida, expectativas e, sim, poder de compra. Não nos subestimem. A Economia Prateada não é só uma tendência de mercado, é um movimento cultural.

Vladimir Neiva é empresário do setor editorial de João Pessoa-PB.